Cupim

Cupim

Os cupins são insetos sociais que pertencem à Ordem Isoptera. “Iso” significa igual em latim e “ptera” se refere às asas. Ou seja, os cupins são animais que apresentam asas anteriores e posteriores iguais, quando estas estão presentes.
Normalmente se associa a imagem dos cupins às madeiras estragadas e às crises nervosas das vovós que choram pela perda da tão (antiga) apreciada cadeira de balanços de madeira que foi da tataravó. De fato, os cupins são potenciais pragas urbanas e atacam veementemente as madeiras e objetos afins. Contudo, o que ninguém sabe é que os cupins são dotados de extrema complexidade biológica e têm uma função extremamente importante na manutenção dos ecossistemas da Terra. Diferentemente do que se pensa popularmente, estudar os cupins é de suma importância. Mas no que a vida desses pequenos insetos afeta nossas vidas? Por que os cupins gostam tanto de madeira? Leia o texto e entenda um pouco mais sobre a Termitologia, ciência que estuda os cupins e suas curiosidades.

Do Que os Cupins se Alimentam

Os cupins podem ser classificados como herbívoros ou decompositores. Madeira viva, madeira morta (em vários estágios de decomposição), herbáceas e gramíneas vivas, detritos vegetais (também em vários estágios de decomposição), húmus, solo com matéria orgânica, fezes (se for de um animal que tenha comido plantas, melhor ainda) e partes de plantas vivas. Tudo isso serve de alimento para os cupins.

Como Funcionam os Ninhos dos Cupins

O ninho de um cupim recebe o nome de cupinzeiro. Se chover? O ninho protege. Se vierem predadores? O ninho protege. E contra parasitas? O ninho também protege. Isso porque a principal função do ninho é promover segurança contra intempéries e inimigos. O ninho de um cupim pode ser construído de diversas maneiras e com diversos materiais, inclusive fezes. Além da edificação propriamente dita, eles se valem das fezes para revestir escavações feitas no solo ou na madeira ou ainda para erigir partições nas câmaras escavadas. Por vezes ao invés das fezes, eles podem usar outros materiais como partículas de solo e matéria orgânica.
Os cupinzeiros podem ser classificados em duas categorias quanto ao aspecto: cartonados ou terrosos. Os cartonados são aqueles feitos principalmente com matéria vegetal rica em lignina. Recebe esse nome porque lembra a aparência de papelão. Já os terrosos são aqueles cuja matéria principal é terra. Há espécies que variam na composição. Podem construir o ninho todo com os dois materiais ou ainda construir parte do ninho com um material e parte com outro.

Métodos de Controle (Descupinização)

O leitor percebeu que, até agora, foram colocados os principais modos e formas de vida dos cupins. Como se alimentam e como habitam. Foram destacados também os pontos que afetam a vida humana, ou seja, como o cupim é como uma praga urbana. Mas como controlar as infestações indesejadas? Como conter o crescimento e eliminar a colônia dos cupins? Para tanto, quase sempre, existem dois métodos para se controlar: controle químico ou controle não químico.

 Controle de cupins de madeira seca

Esses tipos de cupins ocorrem em peças isoladas. Tendo isso em mente, algumas medidas podem ser adotadas para previnir a infestação. Uma delas é evitar a entrada de indivíduos alados dentro de casa. Isso se faz com o uso de telas em janelas. Armadilhas também são bastante recomendadas. Vale ressaltar que o uso de madeiras com resistência natural a cupins (peroba, ipê, maçaranduba e aroeira) bem como uso de madeiras pré-tratadas com processos industriais evitam a infestação por cupins. E quando o material do leitor já esta infestado?
Uma saída para infestações moderadas é o uso de produtos químicos. A infestação moderada é caracterizada pela presença de perfurações circulares por toda extensão da peça. Através destas perfurações é eliminado um pó granuloso, que são as fezes doscupins. Dois métodos químicos são bem eficientes: o expurgo e a impregnação.
O expurgo consiste na aplicação de gases tóxicos que adentram na peça. Estes gases são suficientes para matar os cupins e não deixam resíduo, ou seja, sua ação não é duradoura. Para tanto são construídas câmaras onde o gás é aplicado e a essas câmaras chamam-se câmaras de expurgo. O gás mais mais utilizado é o fosfeto de alumínio. Maior cuidado deve ser tomado com o fosfeto de alumínio, também chamado de fosfina, pois é explosivo. Vale dizer que no Brasil essa técnica não licenciada.
Outro método químico é a impregnação com produtos químicos sintéticos. Esta pode ser tanto de maneira superficial quanto por tratamento interno. O tratamento superficial também pode ser preventivo e é feito por meio de pulverização ou pincelamento de inseticida no material. A imersão também é uma medida eficiente, sendo três minutos de imersão suficientes para o tratamento devido. Já o tratamento interno é aquele no qual injeções periódicas de produtos químicos inseticidas são realizadas dentro do material. Primeiro devem-se fazer furos com brocas ou aproveitar os orifícios dos cupins. Após isso, o produto químico é injetado. Alternativamente ao uso de produtos químicos há tratamento térmico (elevação da temperatura a cerca de 66 ºC, que mata os cupins) ou tratamento elétrico (descarga de choques elétricos na peça alvo).

 Controle de cupins subterrâneos

O que fazer quando o ninho de cupins é subterrâneo e está dentro de casa? Calma, leitor. Não se desespere. Para tudo há saída. O grande destaque é para alguns métodos também são preventivos.
Grande parte desses métodos preventivos pode ser feito nos momentos antes da construção da residência. Desde remover todas as raízes e tocos de árvores, restos de madeira ou material celulósico até planejar a casa de modo a evitar pontos de umidade que favoreçam o aparecimento de cupins. Os métodos preventivos são mais baratos e menos danosos ao meio ambiente. O monitoramento da área em questão é muito importante e barreiras químicas podem ser feitas nas bases das estruturas como paredes e pilares. Assim, quando o cupim tentar subir, será barrado pelo inseticida e não nidificará.
E se já houver infestação? As medidas curativas entram em jogo. Uma delas é simples: remover o ninho sempre que for possível. As madeiras do local da infestação podem ser tratadas com produtos químicos. Outro tratamento muito utilizado é a barreira química curativa. Esse tratamento nada mais é do que a perfuração das paredes até atingir o solo e em seqüência fazer a aplicação de produtos químicos neste furos. Com esse procedimento é realizada uma barreira química, contínua no solo, que deverá evitar o acesso dos cupins à edificação. A vantagem é que o tratamento é imediato e possui efeito residual. As desvantagens são que há o risco de contaminação ao meio ambiente, a barreira não previne contra infestações aéreas, a colônia nunca á totalmente eliminada e, ainda que com resíduos, o produto químico tem um tempo determinado para degradação.
O uso de iscas é outra medida curativa. Em geral, as iscas são componentes celulósicos com substância ativa com ação inseticida. A isca atrai os operários, que levam o produto a toda a colônia. Lembrando-se da trofolaxia. Assim, uma característica essencial para a substância da isca é que ela não se degrade até que toda a colônia tenha comido o veneno. Então, a vantagem é que toda colônia pode ser eliminada, além de não haver danos ao meio ambiente. As desvantagens são que as iscas não têm efeito imediato, mas demoram certo tempo, além de não possuírem nenhum efeito residual.
Quando há infestação por cupins em gramado, uma tática boa é a constante renovação do gramado. Caso o ninho esteja visível ou em montículos, destrua-o. Em não surtindo efeito, o controle químico também é eficiente. Aplicam-se inseticidas nos olheiros, que estão em contato direto com a colônia. Muitas vezes o acesso à colônia é difícil, pois é subterrâneo.

 Controle de cupins arborícolas

O melhor a fazer se houver uma infestação por ninhos arborícolas é localizar e retirar mecanicamente o ninho. Alguns casos requerem aplicação de inseticida, provavelmente porque os cupins já se disseminaram para outras regiões. Os ninhos compostos e a presença de várias rainhas em uma mesma colônia dificultam bastante o controle, ainda que não o inviabilizem.

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