Biologia dos Carrapatos
Como vimos, os grupos de carrapatos são bastante diversos. Logicamente essa diversidade também é encontrada nas estratégias reprodutivas desses animais. No entanto, alguns pontos chaves são comuns a todos, e é sobre esses pontos que falaremos agora.
Em geral o carrapato encontra-se associados a seu hospedeiro (embora já tenhamos discutido exceções, como o carrapato de chão) e precisam se separar desse para colocar seus ovos.
Muito bem, a fêmea então, em solo procura por um abrigo. Deve ser um lugar seguro de predadores e de adversidades, como excesso de água de sol ou risco perda acidental, como algum animal que pise em cima!
Essa fêmea põe milhares dos pequenos ovos castanhos por dia durante o período de oviposição, que dura alguns dias. Essa é a última atividade na vida da fêmea, que morre depois que termina sua tarefa reprodutiva.
O desenvolvimento desse ovo depende das condições ambientais. Em geral temperaturas mais elevadas aceleram o processo. Dos ovos eclodem pequenas larvas, com três pares de pernas (larva hexápoda). Estas levam alguns dias até estarem aptas a iniciar sua alimentação. Estas larvas iniciam então uma longa jornada até o ápice de gramíneas, arbustos ou paredes do abrigo, onde ficarão à espera a passagem de um hospedeiro. Ao encontrá-lo fixam-se a ele e sugam um bocado de sangue desse hospedeiro, após o que se preparam para a primeira muda (ecdise).
Como o Carrapato se Fixa no Hospedeiro
A boca do carrapato é um pouco diferente da nossa! É formada basicamente por 3 peças, que desempenham funções específicas.
As quelíceras são estruturas cortantes, alongadas cilíndricas e feitas de quitina, assim como todo o revestimento externo do corpo desses animais. A função do par de quelíceras é de abrir uma incisão (um pequeno corte) na pele do hospedeiro e permitir a entrada do rostro.
Rostro é o nome dado ao conjunto quelíceras mais hipóstoma. Hipóstoma é a peça bucal, também quitinosa, que forma o canal alimentar, por onde passa o sangue sugado do hospedeiro e também por onde é secretada a saliva. A superfície externa do hipostóma é recoberta por dentes que auxiliam na fixação à pele do hospedeiro.
Controle de Carrapatos
O primeiro passo no controle dos carrapatos é identificar a espécie infestante para avaliar as suas características tomar as medidas necessárias. Geralmente, além da eliminação do carrapato no hospedeiro, são necessárias ações no sentido de tratar o ambiente, onde estão alojados ovos, adultos e formas imaturas desta praga.
No ambiente doméstico, procure sempre inspecionar seus animais para eliminar os carrapatos. Há produtos sistêmicos que podem ser usados nos animais como medida preventiva com a orientação de um veterinário. Se seu animalzinho sai para a rua e anda em parques, jardins e praças: cuidado redobrado, hein!
Procure limpar bem os canis, passando desinfetantes, e fique atenta à frestas e buracos, em paredes e nos solo, pois são bons abrigos para os carrapatos. Mantenha a vegetação da casa bem cuidada e baixa.
Os carrapaticidas costumam ser eficientes, mas sua aplicação deve ser feita por mão de obra especializada. O uso de repelentes específicos também apresenta resultados satisfatórios para aqueles que pretendem entrar em áreas de risco.
Para o dia a dia, algumas dicas básicas são sempre válidas! Assim, se você estiver indo para uma área que provavelmente está infestada de carrapatos tente:

roupas é apanhá-los com um pedaço de fita adesiva.




prevenir completamente o contato com os carrapatos.
Doenças Transmitidas ao Homem
A primeira vez que em que um caso de doença transmitida por carrapatos foi descrito, foi em 1893, pelos pesquisadores Smith e Kilborne. Eles observaram a relação entre os carrapatos bovinos (Boophilus annulatus) e uma doença que afeta rebanhos de bois no Texas. Foi a primeira vez que um artrópode foi identificado como agente etiológico (aquele que participa da transmissão, embora não seja o causador) de uma doença.
Posteriormente, os carrapatos foram identificados como vetores de diversas doenças, causados por vírus, bactérias e protozoários no homem e outro animais. Em 1975 já eram conhecidas 15 doenças virais transmitidas por carrapatos.
No Brasil, a principal doença transmitida por carrapatos é a febre maculosa, que apresenta reincidência periódica, geralmente de casos isolados
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